quarta-feira, 28 de julho de 2010

CBGB's Neon Signs


CBGB's Neon Signs
Upload feito originalmente por Rob Boudon

Flickr

This is a test post from flickr, a fancy photo sharing thing.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

The innocence - Sydney, Australia

Coisa mais linda!!!!!!!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Ser e o Nada -Jean Paul Sartre ¹-

Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência.

¹ Jean-Paul Sartre, in O Ser e o Nada


* Paris, 21 de Junho de 1905 d.C

+ Paris, 15 de Abril de 1980 d.C

Faz muito tempo!

O tempo, o que alguns geógrafos, em alguns momentos da história não considerem como condicionante para um desenvolvimento crítico do espaço, e por extensão da sociedade, hoje é urgente para mim.
O tempo passou!!!
Muito valor , a custa de muita cerveja está se naturalizando( é bom ou ruim?pq?), mas sem querer ser vazia, apenas escrevendo o que sinto:
O que eu sinto e por que o sinto?
É real o que sinto?
O que real?
O que é sentimento?
Ainda não sei, sinceramente, mas sei o que me encomoda: o que antes achava que me fazia bem, agora nem tanto se faz!
O que antes era sufuciente, hoje não é mais!
E o que eu sou????????????????
Talvez, muita coisa ou nada!!!
Contudo, sei que não sou mais tão inocente ao pensar que tudo é válido, que existe sentido em tudo que fazemos, a minha inocência, se existiu, se perdeu, e o que fica são os questionamentos do por quê! e esses, sim são os mais aterrorizantes!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sócrates e os Sofistas

Hoje acordei e a primeira coisa que me veio a mente,foi o livro que há um ano atrás comprara," Iniciação á História da Filosofia" de Danilo Marcondes, geralmente eu leio e releio vários trechos porque minha ignorância sobre o assunto é gigantesca e nunca sei se entendera direito,então, resolvi escrever alguns trechos do capítulo Sócrates e os Sofistas,algumas partes foram  adaptadas, porém sem perder o sentido original escrito pelo autor.
Eu acredito que sempre vale a pena reler alguns conceitos, principalmente quando algumas questões ainda não estão totalmente claras na sua mente, desta forma acabamos revendo alguns conceitos ...

Introdução

O pensamento de Sócrates é um marco na constituição de nossa tradição filosófica, e pode-se dizer que inaugura a filosofia clássica (...) É nesse momento que a problemática ético-política passa ao primeiro plano da discussão filosófica como questão urgente da sociedade grega, (...)
Os sofistas são contemporânios de Sócrates, seu principal adversário, assim como o foram posteriormente Platão e Aristóteles. Apesar de compartilharem visões diferentes, e até mesmo opostas, tanto Sócrates como os sofistas, possuem o interesse fundamental pela problemática ético-política,pela questão do homem enquanto cidadão da polis, que passa a se organizar politicamente no sistema que conhecemos como democracia. (...)
O pensamento de Sócrates se desenvolve sobretudo em oposição ao dos sofistas e como crítica à situação política de sua época- o que finalmente levará á sua condenação-, vamos começar pelo exame da sofística, de seu sentido e de seu papel,em especial na Atenas do séc.Va.C.
(...) Na Grácia dos sécs.VI-IV a.C. a filosofia começa a se definir como gênero cultural autônomo,(...) com objetivos e princípios específicos. É necessário, por tanto, entender o surgimento da filosofia como um fato cultural,como produto de um determinado contexto histórico e social que corresponde ao começo da estabilização da sociedade grega, por meio do desenvolvimento do comércio,consolidação de cidades-Estado e com a organização da sociedade ateniense, que assumirá a hegemonia através da liga de Delos(477 a.C).
Há o progressivo enriquecimento das cidades-Estado, dando origem a uma classe mercantil politicamente influente.Começa a se fazer necessária a criação de uma base institucional sólida, o que se reflete nas reformas iniciadas por Sólon, continuadas por Clístenes, chegando a Péricles e Efialtes. Issso representa a quebra dos privilégios da oligarquia até então dominante e a progressiva secularização da sociedade, a sociedade necessita conciliar as diferentes tendências e interesses existentes em seu meio.
A democracia representa a possibilidade de se resolverem, através do entendimento mútuo, e de leis iguais  para todos, as diferenças  e divergências existentes nessa sociedade em nome de um interesse comum. As deliberações serão tomadas,assim,em reuniões de cidadão, as assembléias. Isso significa que as decisões serão tomadas em consenso,o que acarreta em persuadir,convencer,justificar,explicar.Não se dispõem da força e do medo, ou da autoridade de origem divina.
A linguagem, o diálogo, a discussão rompem com a violência, na medida em que, em princípio, todos os falantes têm no diálogo os mesmos direitos (isegoria): interrogar,questionar,contra-argumentar.A razão se sobrepõem a força, é uma forma de controlar o exercício do poder.A linguegem precisa ser racional, as discussões pressupõem a apresentação de justificativas, de argumentos, sendo abertas à interpelação,ao questionamento.
O surgimento da filosofia corresponde portanto à busca de bases para essa discussão legítima, tais como: o que é a verdade? Quais os princípos da razão?. Esse é o sentido que podemos entender o surgimento  do discurso filosófico, que teve seu apogeu nos sécs. V-IV a.C.
Essas mudanças socias e culturas podem ser observadas em outras áreas da cultura e do pensamento, como O teatro, com a trágédia, que deixa de ser uma cerimônia de caráter quase religioso, tornando-se uma cerimônia de caráter cívico, em que certas virtudes morais e políticas são exaltadas.(...)
Surgem ainda as artes do discurso, a retórica e a oratória; na medida em que a palavra passa a ser livre,ela se torna o instrumento através do qual os indivíduos ,enquanto cidadãos, podem defender seus interesses,seus direitos e suas propostas. (...)

Os sofistas

(...) São mestres da retórica e da oratória,muitas vezes itinerantes, percoriam as cidades-Estado fornecendo seus ensinamentos, sua técnica e habilidade aos governates e aos políticos em geral, o que os  caracteriza é muito mais uma prática ou uma atitude comuns do que uma doutrina única. Há portanto um determinado ensinamento, uma formação pela qual os sofistas foram responsáveis , consistindo basicamente numa determinada forma de preparação do cidadão para a participação na vida política. Sua influência fora muito grande na política, o que se reflete na forte oposição que sofreram por parte de Sócrates,Platão e Aristóteles. Os sofistas foram portanto filósofos e educadores, além de mestres na retórica e na oratória,embora este papael fora negado, como por exemplo por Platão.
A maioria das citações de sofistas chegaram por meio de seus adversários, que pintaram um retrato bastante negativo desses pensadores. Os termos "sofista" e "sofisma" acabaram por adquirir uma conotação depreciativa, embora "sofista" inicialmente significasse "sábio".
Um dos mais conhecidos fora Protágoras de Abdera , o principal e mais conhecido fragmento é o início de sua obra sobre a verdade, quando afirma : "O homem é a medida de todas as coisas,das que são e das que não são como são", esse fragmento sintetiza, basicamente, duas ideias centrais dos sofistas : o humanismo e o relativisto.
Protágoras parece assim valorizar um tipo de explicação do real a partir de seus aspectos fenomenais apenas,isto é, as coisas são como nos parecem ser,como se mostram á nossa percepção sensorial, e não temos nenhum outro critério para decidir essa questão. Portanto, nosso conhecimento depende sempre das circustâncias em que nos encontramos e pode, por isso mesmo, variar de acordo com a situação.
Portanto, pode-se dizer que sofistas como Protágoras não eram meros manipuladores de opnião, ao contrário,acreditavam não haver nenhuma outra instância além da opnião a que se pudesse recorrer para as decisões na vida prática,as quais deveriam ser tomadas com base na persuasão a fim de reproduzir um consenso em relação as questões políticas.
Tipicamente em uma discussão na assembléia ninguém detinha a verdade em um sentido completo e absoluto, simplismente porque  isso não seria possível, mas todos detinham suas razões, procurando defendê-las da melhor forma possível. O processo decisório  envolvia, entretanto, a necessidade de superação das diferenças e a convergência de interesses e objetivos, para que se pudesse produzir um consenso, e era para esse fim que a retórica e a dialética deveriam contribuir.
A técnica argumentativa de Protágoras, se basea fundamentalmente na antilógica como tentativa de argumentação pró e contra determinada posição, sendo ambas igualmente verdadeiras e defensáveis. Isso pode constituir uma técnica de desenvolvimento de argumentos opostos, pode ter um sentido de preparação para a discussão e o debate- em que aquele que argumenta deve procurar antecipar as possíveis objeções á sua posição-, mas também pode partir da concepção de que há sempre contradições latentes nas crenças comuns dos indivíduos, que podem ser explicitadas por meio dessa técnica argumentativa.(...)
os sofistas deram uma grande contribuição ao desenvolvimento dos estudos da linguagem na tradição cultural grega(...), bem como a tradição literária anterior, sobretudo a poesia épica de Homero e Hesíodo,(...) pode-se dizer, assim, que o interesse pela retórica e pela oratória motivou o desenvolvimento dos estudos de poética e gramática.

Sócrates

O julgamento e morte de Sócrates marcam profundamente seus contemporâneos,muitos relatam o episódio em que o filósofo confronta o Estado, em que suas ideias se insurgem contra as práticas da época,em que a necessidade de independência do pensamento é explicitada e discutida pela primeira vez em nossa tradição.
Socrates, em 399 a.C., é acusado de vários crimes por alguns cidadãos atenienses.
Estes pedem sua condenação á morte por desrespeito às tradições religiosas .A motivação da acusação é política: contra as críticas feitas por Sócrates ao que ele considerava um desvirtuamento da democracia ateniense, e contra a sua discussão e questionamento dos valores e atitudes da sociedade da época.(...)
Em seu julgamento, Sócrates apresenta um longo discurso, sua apologia ou defesa, em que, no entanto, longe de se defender objetivamente contra as acusações, ironiza seus acusadores, assume as acusações dizendo-se coerente com o que ensinava, e recusa declarar-se inocente ou pedir uma pena.Com isso, de acordo com a prática da época que obrigava o júri a optar pela acusação ou pela defesa, só resta a condenação de Sócrates. Condenado à morte, é levado para prisão, onde deverá, também segundo a prática da época,beber uma taça de veneno, a cicuta. Seus companheiros propõem que Sócrates fuja para o exílio,  porém ele se recusa em seu memorável último discurso, preferindo morrer como cidadão ateniense e sempre coerente com suas ideias do que viver numa terra estranha: fugir equivaleria a renegar suas ideias.
Nossa interpretação do pensamento de Sócrates enfrenta por um lado uma dificuldade ainda maior da que temos com os pré-socráticos e sofistas, já que Sócrates efetivamente nada escreveu,valorizando sobretudo o debate e o ensinamento oral. Por outro lado, conhecemos extensamente suas ideias através de Platão,seu principal dicípulo, que sob o impacto de sua condenação á morte, resolveu registrar seus ensinamentos,tal como os conhecera,para evitar que se perdessem,Entretanto,trata-se da visão de Platão sobre a filosofia de Sócrates e não o pensamento original do próprio filósofo.(...), Por tanto, nossa principal fonte de conhecimento do pensamento de Sócretes é Platão, nos diálogos chamados "socráticos", em que aparentemente sua preocupação foi registrar e transmitir a filosofia de seu mestre,(...), neles vamos encontrar a visão socrática do que é filosofar.
A concepção filosófica de Sócrates pode ser caracterizada como um método de análise conceitual.Isso pode ser ilustrado da célebre questão socrática "o que é.. ?", através da qual se busca a definição de uma determinada coisa, geralmente uma virtude ou qualidade moral.
Para entender, usaremos o diálogo Laques,cujo tema central é a coragem e no qual Sócrates discute com Laques,um soldado ateniense famoso pela coragem.
Nesse diálogo  temos o momento em que Laques é apresentado a Sócretes como o indivíduo mais qualificado para definir a coragem.Laques oferece então diversos exemplos de situações em que o indivíduo demonstra sua coragem nas batalhas.
Entretanto, Sócrates recusa esse tipo de resposta, dizendo que não é o que busca,mas sim uma definição do próprio conceito de coragem,que nos permite entender os exemplos dados como casos de coragem e não de uma outra coisa qualquer, como por exemplo, imprudência ou loucura.(...)
A discussão parte da necessidade de se entender algo melhor,através de uma tentativa de se encontar uma definição, as definições muitas vezes refletem uma visão corrente, o entendimento comum que temos sobre o tema em questão,nossa opnião ou doxa, muitas vezes é recusada por Sócrates.
O método socrático envolve o questionamento do senso comum,das crenças e opniões que temos,consideradas vagas,imprecisas,derivadas de nossa experiência, e portanto parciais,incompletas o que se reflete no exemplo dado, no caso de Laques sua definição de coragem, pode ser o exemplo do soldado que luta sozinho contra o inimigo numericamente superior.
É exatamente nesse sentido que a reflexão filosófica vai mostrar que, com frequência, não sabemos aquilo que pensamos saber. (...) O método socrático revela a fragilidade desse entendimento e aponta para a necessidade e a possibilidade de aperfeiçoá-lo através da reflexão.(...)
Essa melhor compreensão só pode ser resultado de um processo de reflexão do próprio indivíduo, que descubrirá, á partir de sua experiência, o sentido daquilo que busca.
Sócrates jamais responde as questões que formula, apenas indica quando as respostas de seu interlocutor são insatisfatórias e por que o são. Ele procura apenas indicar o caminho, a ser percorrido pelo próprio indivíduo: é este o sentido originário de método ("através de um caminho"), a denifição correta nunca é dado por Sócrates, mas através do diálogo e da discussão, que sócrates fará com seu interlocutor - ao cair em contradição,ao hesitar quando parecia seguro- passe por todo um processo de revisão de sua crenças,tranformando sua madeira de ver as coisas e chegando, por si mesmo, ao verdadeiro e autêntico conhecimento. É por esse motivo que os diálogos socráticos são conhecido como inconclusivos.
Sócrates caracterizou seu método como maiêutica, que significa literalmente a arte de fazer o parto. O papel do filósofo seria fazer com que o indivíduo ,através da dialética, da discussão no diálogo, dê a luz a suas próprias idéias.
A dialética socrática opera inicialmente através de um questionamento das crenças habituais de um interlocutor, interrogando-o, provocando a dar respostas e a explicar o conteúdo e o sentido dessas crenças.
Em seguida, frequentemente utilizando-se de ironia, , problematiza essas crenças fazendo com que o interlocutor caia em contradição e perceba a insuficiência delas,sinta-se perplexo e reconheça sua ignorância, este é o sentido da fómula socrática " sei que nada sei", a ideia de que o reconhecimento da ignorância é o princípio da sabedoria. A partir daí, o indivíduo tem o caminho aberto para encontar o verdadeiro conhecimento,afastando-se do domínio da opnião

" Mas, Teeteto, se você voltar a conceber,estará mais preparado após está investigação,ou ao menos terá a atitude mais sóbria, humilde e tolerante em relação aos outros homens, e será suficientemente modesto para não supor que sabe aquilo que não sabe"
(Diálogo Teeteto(210 C))

A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa convencer o oponente daquilo que se diz,mas não o leva ao verdadeiro conhecimento.A consequência disso, erra que devido a influência dos sofistas, as decisões políticas tomadas na Assembléia estavam sendo feitas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, não ensinavam portanto o caminho para o conhecimento, para a verdade única que resultaria desse conhecimento, mas para a obtenção de uma "verdade consensual", resultado da persuasão.
É essa oposição que marca, segundo Sócrates, a diferença entre a filosofia e a sofística, que permite a Platão e Aristóteles considerarem os sofistas como não-filósofos.